quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Every year when this days rolls around...

É engraçado, mas esses dias sempre comovem... Pouco o muito, bem ou mal, todos nós pensamos a respeito de alguma coisa nessa época: o que deveríamos mudar; o que precisaríamos mudar; e, inevitavelmente, o que mudamos.
Eu cresci um pouco, eu chorei um pouco, eu ri um pouco, eu estudei um pouco, eu me lamentei um pouco, eu agradeci um pouco, eu sonhei um pouco, eu me iludi um pouco, eu me quebrei um pouco, eu senti... Muito. E eu preciso fazer tudo de novo... Mais, e melhor.
Chorar mais, me iludir mais, rir mais e agradecer mais. Agradecer aos amigos, à família, aos caras significantes e à vida.
Em 2010 eu preciso ser uma pessoa melhor, uma mulher melhor, uam amiga melhor, uma filha melhor, uma irmã melhor, uma Noah Wahr melhor, uma Estéffanie. Preciso perder peso, estudar mais, arrumar um emprego... Essas coisas que todo mundo precisa também.
E em 2009 ficam os amores impossíveis, as decepções, as mágoas, a preguiça e quem sabe um pedacinho de mim... que eu recurarei talvez a partir de amanhã, gradativamente.
Para 2010 é só Força na peruca! haha
Beijos aos improváveis leitores!
Feliz Ano novo! Adeus ano velho! Feliz vida nova! Adeus vida velha!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Liberta-me

Eu tentei não manter certas fronteiras entre o que eu sentia e o que eu queria sentir. Inútil. Minha derrocada era eminente, desde o momento que eu decidi partir, e fiquei. E não pense você que me refiro a ter ficado aqui, não, me refiro a ter ficado sob a minha pele, sob os meus dogmas, sob os meus medos, as minhas incapacidades, minhas inseguranças, minhas frustrações, minhas carências, minha solidão. Tentei me desdobrar, e ignorar o que eu sentia, porque eu sabia que a distância era óbvia entre cada querer: digno e forjado. E eu me espelhei em ícones belos, aparentemente felizes, no desejo do outro. Mas eu não desejava, acima de tudo. Eu queria, mas eu não podia. Não posso amar o que não é meu, não posso amar o que não é inerente a mim, não posso amar o vazio imenso que se alarga no meu peito toda vez que eu insisto. Não posso amar o vazio, o nada, o oco, o vácuo. Não posso amar essa liberdade que sufoca, nem essa escolha que se impõe, nem esse ar que asfixia, nem esse fogo que não arde, nem essa mão que não acalenta, nem esse pão que não sacia, nem essa adrenalina que paralisa, nem essa verdade que omite, nem o sono que não vem, o sonho que não vem, o alivio que não vem.


Dá-me a sua mão, leva-me, olha-me, como eu olho, mas não vejo. Sinta-me como eu não sinto, como eu nunca senti. Passa a sua mão sobre esse medo da vida e esse medo que eu sinto de ter medo, de ter dor, de não ter nada. Beba da minha lágrima, e drene dela a culpa que eu sinto por esse egoísmo. Toca-me os cabelos, deita-me em seu colo e me faça dormir o sono de quem se recupera, não o sono da fuga. Pega-me no colo e leva-me pra casa. Beija-me o sorriso, e peça-me que fique. Dá-me a sua fé e a sua força. Liberta-me.

Assim seja.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Je m'en fous du passé ou Aceitei.

Resolvi ignorar o passado, e quase tudo que senti nele. Noah victorious! Minha jornada a fim de me reencontrar e deixar meu "traseiro no passado" [ você teve infância?] foi bem sucedida. Descobri em uma semana o que busquei em uns tres anos... Peguei minha mala repleta de ressentimento (que bobagem, nessa situação!) e a deixei bem longe de casa, pra não saber como voltar! Estou orgulhosa, estou em partes furiosa por demorar tanto tempo tentando descobrir um sentido que... Não existia! A vida é maravilhosa, eu não existo... Achei um sentido até onde não tinha, aprendi com o que não existia e abandonei o que não existia! Estou livre do que a imaginação pode fazer com uma mente inocente e pura... estava na hora... A minha mente há muito não é mais assim, o mais incoerente é: a imaginação produziu seu proprio antídoto. Adoro! Até a coisa mais subjetiva em mim é hermética. Enfim, Je m'en fous du passé!
Coisas superadas voltaram a fazer, em parte, parte da minha vida... estar no outro lado é definitivamente desconfortável quando você se importa com o outro. Agora, mais do que antes, entendo o sentido de "Abster-se". Amém!
Ahhh, aceitei também que a distância e o tempo são muito difíceis de serem transpostos dentro das pessoas, por mais que para mim não seja tão difícil. Aceitei que há coisas que não precisam ser ditas, por mais que eu preferisse que fossem. Aceitei que cumprir promessas independe da sua honra e da sua vontade, depende da sua força. Aceitei que é muito difícil ser forte, quando os outros não são, ou até mesmo em qualquer situação. Aceitei que nem todo mundo está preparado para o que você tem a oferecer, ou seu grau de comprometimento, ou a sua coragem e determinação, ou para o seu amor. Aceitei que as pessoas são como são, e não como eu esperava que fossem. Aceitei que o meu amor por elas independe disso. Aceitei.
A vida é um ciclo perfeito: você aceita o passado, descobre o intermédio e aceita o presente, e quando vê, isso era só o arremate que faltava pra aprender uma nova lição. Eu aprendi que amar é uma via de mão única, ser amado é um cruzamento. Eu aprendi, acima de tudo.

Noah [11/10]

09.09.09 Cabalistico, não?

Estava eu pensando quão cabalistica é essa data... Tudo bem que eu não saiba o que é a Cabala, mas... Quem é que nunca se pegou refletindo sobre algo que nem ao menos sabe o que é, do que se trata? Bem, achei que não fosse uma data pra se disperdiçar.
Tenho algumas inquietações que perduram a anos, outras mais recentes e menos perturbadoras, também. É o presente dialogando com o passado, é tudo errado, está tudo errado. Como coisas antigas, não-feitas, e por assim dizer, perfeitas, conseguem reger a vida de alguém por tanto tempo? Mas o que me consola, ou melhor, muito melhor, me surpreende e ao mesmo tempo assusta é que como essas coisas conseguem reger por tanto tempo e de modo tão distinto, como renovam seu modo de dominar e de se tornarem indecifráveis, incomuns, desconhecidas, é isso, desconhecidas. E é esse desconhecido que nos prende a elas.
Um conselho: esqueça os amores autruístas, eles são os piores. E se você me pergunta o porque, te digo: quando você não precisa de nada, nada te é dado e nada te é tirado. Pense.
Fui jogada num poço, cuja água vem subindo dia após dia e que tenta me afogar a um certo tempo... Poderia simplesmente afundar, mas eu continuo a bater a as pernas e os braços, a nadar cachorrinho, e mesmo tendo caimbras violentas, não paro. Ô sede boba por sobrevida! Ô sede boba por vencer o invencível! Será mesmo invensível? Como se pode vencer o amor ao bom e ao não-bom, o amor a mistura mais humana das misturas? Como se pode vencer o amor ao humano dentro do humano? Charmed princes nunca me foram as figuras mais interessantes. Tenho Amor profundo ao erro, ao inacabado. Devaneios. Amo um Mundo que não é, um Homem que não é. Assim, sem mudar o regente, o modo de reger vai se aterando... E com ele, mesmo que tardiamente, a melodia, que por mais que continue a mesma, também se transforma, e quem sabe, torna-se mais feliz, ou, sabe Deus, que adjetivos mais. Estou encorajada, estou me encorajando a ser mais feliz.
Há um pouco mais de um mês aceitei o inevitável, e o mundo saiu das minhas costas. Agora estou administrando meus fantasmas. Fantasmas! Mas já dizia virginia Woolf "Mais fácil matar um fantasma que matar uma realidade", o primeiro passo já foi dado. Só necessita o golpe de misericórdia e estarei mais perto de uma "pobre vitória humana". Sinto-me feliz hoje, as coisas nunca foram tão claras. Assim dói menos. Às vezes já nem dói mais. Vitória minha de cada dia.

Noah [09/09]

“Liebe ist nicht nur ein Wort”

Sou egoísta. Sou egocêntrica. Tudo isso chega a seu cúmulo. Essas duas características, diferentemente das restantes, eu realmente não consigo lidar, e realmente tento mudar. Elas sempre me causam conflito pela minha incapacidade de simplificá-las, ou simplesmente de falar. São sentimento que não conversam comigo e assim não os aceito, não os transformo e, principalmente, não os entendo. A minha maior dificuldade em lidar com eles é: eu nunca sei quando eu estou certa, embora sempre saiba quando estou errada.
É difícil lutar e mudar e etc., etc., etc. contra, por, com, para qualquer coisa se confundo os sentimentos. Sou egoísta ou cobro o que é meu por direito?Sou egocêntrica ou só quero a relevância que mereço, que preciso? Pense comigo, essas coisas se contrastam, confundem-se. Embrenham-se nas entranhas das nossas mais frágeis defesas e sugam qualquer vestígio de certeza. E nesses casos o que sobra? Assumo-me como egoísta, egocêntrica e cobro, e busco, e brigo e faço o que for necessário pra me sentir bem, pra ter o que eu quero, e assim poder correr o risco de me tornar incompreensiva e perder, ou me visto de altruísta, entendo as necessidades, as vontades, as obrigações alheias e me torno o dorso que carrega os fardos de decepção e frustração que isso acarreta? Tendo a segunda opção. A essa altura você já entendeu que não falo de modo algum do palpável, e entende também quão complexo isso é. Estou certa que já pensou nisso também.
É preciso paciência, uma paciência danada é preciso, para COMPREENDER a mim e ao outro. Para ACEITAR as minhas fragilidades e as impossibilidades do outro. Para me AMAR e ao outro. Pois é, já foi dito, “Liebe ist nicht nur ein Wort” (Amor não é apenas uma palavra). Tudo requer sacrifícios, basta decidir o pescoço de quem será tomado, e entender, dentro de si, o porquê de oferecer o seu.

Noah
[19/08]

Só por hoje ou Sobre a paciência

Existem momentos em que por mais que a gente queira é impossível não pensar que certas coisas poderiam ser diferentes, ou ter sido. A ordem original das coisas, a ordem ideal, as escolhas que fizemos e o porquê de as termos feito, a coerência dos atos, dos sentimentos, das verdades... Talvez a necessidade, não importa qual. Tudo o que trazemos conosco nos remete a um ideal intangível. Não importa o que temos, queremos mais, queremos diferente. Às vezes paro pra pensar e vejo que queria as coisas, as pessoas, a história, a estória diferente, melhor e denuncio a minha ambição quando tudo o que eu consigo responder à simples pergunta “melhor como?” é “não sei”.
Conheci alguém que me disse que tinha paciência, uma paciência específica e eu acreditei, ou melhor, acredito. Isso me fez avistar novas possibilidades e refletir sobre a realidade e quão palpável ela é... Ou melhor, refletir sobre o que no palpável é ou não real. Melhor ainda: é necessário ser palpável para ser real? Não sei. Mas lhe digo que sei de uma coisa: não importa! Sempre fui do tipo mais masoquista de pessoa, pode rir, mas é verdade. Não me interessa quão certo é o erro, o tombo, eu gosto dessa dorzinha chamada experiência... Não, não constantemente... Também gosto do prazer da conquista, do certo, da vitória... Mas paciência nunca esteve em nenhuma dessas extremidades, não na minha vida. Talvez porque sempre tenha sido um X para mim. Não tenho me dado bem com as coisas, pessoas, vontades com as quais tive paciência, mas também não me dei mal, o que é bem curioso... O que é algo que não é bom, nem mal?
Deveria ter me atentado ao perigo de não me precaver contra mim mesma. Sou algo que suga cada parte, e cada informação, e cada sentimento, e cada reação, e cada expressão fraca e forte de tudo e isso me faz correr o risco de não reconhecer mais qual parte de mim é propriamente minha. Com o meu bom e meu não bom apelei contra o tempo e o espaço, contra tudo que poderia ser e não é, sido e não foi, pode ser e não será... Ou sim. É nesse ponto que entra a paciência como o fator fundamental do sucesso, do entendimento, da aceitação e principalmente da decisão de ter o que se pode, ou o que se quer. A paciência depõe contra as paixões para alguns. Para mim ela anda lado a lado com elas, afinal ela é seu único meio de sucesso. Não tenho medo das paixões, e me refiro a todas elas, tenho medo de não ter pelo que lutar. Espero pacientemente o momento de ter paciência e saber como emprega-la, o momento de saber quais paixões humanas, por consequência minhas, devem ladrilhar essa trilha. Hoje, na minha vida, uma está sendo paulatinamente ladrilhada com doses nada homeopáticas de verdade e vontade e não há acidente de percurso que, hoje, faça-me desviar a rota. Só por hoje.

Noah [17/08]

Noah

Me ocorreu agora que grande parte das besteiras que a gente faz é em nome da salvação. Eh... A salvação. não necessariamente dos outros, não necessariamente por Deus, não necessariamente por bondade. Me ocorreu que talvez a grande maioria das grandes besteiras que a gente faz seja em nome de salvação falsificada de altruísmo, caridade, temor... Amor.
A quantas anda a minha vontade, a sua vontade de salvar o mundo? De salvar as pessoas? Ah, a minha cota sempre foi limitada, hipócrita e egoísta, mas eu nunca disse que não era, nem pra mim mesma.
Mas as pessoas são assim... Buscam desesperadamente um motivo para manter viva a luta, a guerra dentro de si. Todo mundo quer um desafio, um poder a mais, o gosto da vitória. Eu não sou diferente, de jeito algum! Minha salvação me interessa, e muito, obrigada! A vida vai bem... "como bem e não durmo mal".
Sabe que eu acho é que no final a vida só merece uma coxia... E a gente teima em querer dar a ela peças esplendorosas, teatros lotados, o máximo de público e aplausos, e uma festa sem fim... E se frustra... Muito público dá trabalho, meu amigo, barulho demais, máscara demais, maquiagem demais ,afinal ver sempre o mesmo personagem perde a graça. Pouco público é ainda mais frustrante (sim, odeio o mediano), pouco é pior que nada, pouco é pouco demais. Mas o que interessa mesmo é que, na hora que as cortinas fecham, você volta pra casa, tira a fantasia, a maquiagem, o zumbido do ouvido te deixa dormir ou não e você está sozinho, independentemente se alguém dorme ao seu lado.
Mas eu falava de salvação, pois bem, em termos de salvação me salvar de estar sozinha é a ambição... Estar, não! Ser. Ser sozinha enfraquece, poxa. A bilheteria esgotada não te acompanha ao travesseiro. Ah, não quero muito, Deus me livre! Só quero me salvar dessa amante silenciosa e indesejada que é a solidão.
Sim, disse que tinha motivos egoístas... Até Noé pra salvar a humanidade e os bichinhos do dilúvio tinha a sua dose de egoísmo... Ou você acha que ele realmente faria tudo isso se não fosse salvar sua própria pele? Convenhamos, somos assim!
Noé, teatro e uma incoerência medonha.
Noah.

[15/08... datas referentes a produção dos textos no outro blog (MindSay) ]